Capelão, ele continuou, olhando para cima, acusamos você também da comissão de crimes e infrações que ainda nem conhecemos. Culpado ou inocente? Eu não sei, senhor. Como posso dizer se você não me disser o que eles são? Como podemos dizer se não sabemos? Culpado, decidiu o coronel. Claro que ele é culpado, concordou com o major. Se eles são seus crimes e infrações, ele deve ter cometido.
(Chaplain, he continued, looking up, we accuse you also of the commission of crimes and infractions we don't even know about yet. Guilty or innocent? I don't know, sir. How can I say if you don't tell me what they are? How can we tell you if we don't know? Guilty, decided the colonel. Sure he's guilty, agreed the major. If they're his crimes and infractions, he must have committed them.)
Nesta passagem de "Catch-22", de Joseph Heller, um capelão é confrontado por oficiais militares que o acusam de vários crimes não especificados. O capelão expressa sua confusão, afirmando que ele não pode determinar sua culpa sem conhecer as acusações contra ele. Isso destaca o absurdo da situação, pois os funcionários parecem operar sob uma presunção de culpa, e não o princípio da inocência até que se prove o culpado.
O coronel e o major concluem rapidamente que o capelão deve ser culpado simplesmente porque as acusações estão ligadas a ele, demonstrando um sistema de justiça militar defeituoso e caótico. O raciocínio deles reflete os temas abrangentes do livro, mostrando como as figuras de autoridade geralmente abandonam a lógica e a justiça em favor de julgamentos arbitrários. Esse cenário ilustra a sátira da burocracia e os absurdos da guerra, que são centrais para a narrativa de Heller.